Os rios temporários do Sertão nordestino

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Rio temporário é aquele que possui períodos de secas e períodos de fluxos de água. No geral o rio temporário possui grandes volumes de água durante o período chuvoso e fica totalmente seco ou assoreado (apenas com a presença de areia) durante o período de estiagem. Geralmente em período de estiagem, nos rios temporários inicialmente seca-se o fluxo de água visível, ficando um banco de areia com um fluxo interno de água. Com o passar dos meses, a água interna do banco de areia também começa a reduzir, podendo até secar totalmente.
Geralmente as mudanças entre períodos de seca e de presença de fluxo de água ocorrem de forma anual, ou seja, em um ano o rio temporário passa por um período com a presença do fluxo de água e outro período seco ou assoreado. Nesse tipo de rio o fluxo de água possui uma ampla variação ao longo do ano, chegando a atingir grades volumes de água no período chuvoso (na qual chegam a inundar o vale) até períodos de seca da água interna dos bancos de areia que preenche o fundo desses rios.



Os rios temporários são resultados direto do escoamento superficial, ou seja, seus fluxos de água são alimentados diretamente pelo escoamento superficial da água das chuvas. Embora geralmente os rios sejam alimentados pela água subterrânea, ou seja, aquela que está no interior do solo, os rios temporários geralmente ficam em áreas de pouca infiltração, na qual a quantidade de água subterrânea é insuficiente para alimentar um rio. Nesse caso, os rios temporários são alimentados apenas pelo escoamento superficial das chuvas, que duram apenas durante o regime chuvoso, pois enquanto a água subterrânea dura até anos para escoar, o escoamento superficial é bastante rápido e volumoso.
As áreas de pouca infiltração geralmente são aquelas que a presença da cobertura vegetal de médio e alto porte é baixa, ou possui solo raso (muitas vezes não atinge nem 50 centímetros).



O EXEMPLO DO RIO TAPEROÁ  NA PARAÍBA

No Rio Taperoá em São João do Cariri/PB, pode ser observado o alto grau de assoreamento do rio, como mostra a imagem abaixo. O rio Taperoá é do tipo temporário, ou seja, durante um período do ano, possui fluxo de água, em outro período permanece seco, como no caso da imagem. Esse fato ocorre porque os rios temporários dependem diretamente do escoamento superficial de água, assim, como o fluxo de água do escoamento superficial, após os eventos de chuva, dura pouco tempo, o rio é rapidamente abastecido e depois seca com o fim dos fluxos superficiais.
No caso dos rios perenes – aquele que possuem água durante o ano todo – esses são dependentes do lençol freático, que por sua vez, consegue armazenar e diminuir a velocidade de perda de água, mantendo o rio abastecido. No caso do rio Taperoá, sua localização esta em uma área onde as condições climáticas não permitem o abastecimento do rio por parte de lençóis freáticos, pois no sertão, são poucas as áreas que possuem lençóis, gerando sua dependência do escoamento superficial.
Na região do semiárido, como é característica a ocorrência de chuvas torrenciais, que possuem um grande potencial erosivo. Essas chuvas levam uma grande carga de sedimentos do solo, que são depositados nos fundos dos rios temporários da região, deixando o rio com um alto grau assoreamento.
Apesar de ser um rio temporário, nota-se pela imagem abaixo, que a ponte do rio Taperoá foi construída para suportar um grande volume de água, esse é um aspecto da ocorrência das chuvas torrenciais, que geram um alto fluxo de água nos rios, mesmo que seja passageiro.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, o rio temporário possui períodos de seca interligados por períodos de presença de fluxo de água, além de depender diretamente do escoamento superficial das chuvas.

REFERÊNCIAS

GOMES, Marco Antonio Ferreira; FILIZOLA, Heloisa Ferreira; BOULET, René. Formação de voçorocas. Ageitec. Embrapa. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agricultura_e_meio_ambiente/arvore/CONTAG01_58_210200792814.html>. Acesso em: 03 set. 2013.

BRADY, Nyle C; Weil, Ray R. Elementos da natureza e propriedades dos solos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman.

Por: Santos. Elaborado em: 03/09/2013. Publicado em: 30/08/2017. Atualizado em: 30/08/2017.
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