Planalto da Borborema

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Nesta página, confira algumas imagens e informações sobre o Planalto da Borborema, uma significante elevação do relevo com a maior parte no agreste nordestino que influência no clima, na vegetação e na vida da população do Nordeste.



VÍDEO

Confira um vídeo sobre o estado da Paraíba que mostra imagens e informações sobre uma elevação rochosa no Planalto da Borborema, denominada Pedra do Tendó. Além disso, confira algumas imagens do Lajedo Pai Mateus e da cidade de João Pessoa/PB.



LOCALIZAÇÃO

O Planalto da Borborema está localizado numa faixa do Nordeste brasileiro de Palmeiras dos Índios em Alagoas até o sul do Rio Grande do Norte. Esse planalto passa pelos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, com a maior parte de sua extensão no Agreste nordestino (confira a localização do Planalto da Borborema).

FORMAÇÃO E EVOLUÇÃO

A partir de trabalho de campo realizado no dia 2 de setembro de 2013 no agreste nordestino foi possível identificar e explicar a ocorrência de fenômenos geológicos-geomorfológicos comuns na Região Nordeste do Brasil, em particular no Planalto da Borborema. Desta maneira, serão levantados aspectos desde a constituição das rochas e dos solos até a sua evolução (processos geomorfológicos) no espaço e no tempo.
Um ponto interessante no alto do Planalto da Borborema é a Pedra do Tendó, localizada em Teixeira/PB, permite a observação da depressão sertaneja e a discussão sobre os processos geomorfológicos do planalto da Borborema.



Inicialmente, vale lembra que um planalto é uma superfície irregular, na qual existe a predominância de processos erosivos quanto aos de sedimentação. No caso da Borborema, é notável a existência de formas residuais no relevo, ou seja, a constante erosão deixa diversas marcas no relevo do planalto, caracterizados por rochedos compostos por minerais mais resistentes ao intemperismo e erosão, principalmente granito, como pode ser observado na imagem abaixo.



Segundo CORRÊA (2010) atualmente o modelo que explica a evolução do planalto da Borborema, adapta-se as ideias de King, na qual processos de intemperismo e erosão provocados por chuvas torrenciais e principalmente em períodos mais chuvosos, provocaram a remoção do material menos resistente, deixando o material mais resistente, como o granito, que originaram formas residuais ao qual se estabeleceram preservadas nas formas do relevo. Esse aspecto está presente ao longo do planalto da Borborema e assemelha-se com os processos de evolução do Lajedo Pai Mateus e pode ser constatado quando CORRÊA (2010) coloca que:

Dentre as ideias mais acolhidas para compreender a conformação regional do planalto, sobressai-se a de KING (1956), na qual o autor sul-africano aplicou ao Brasil Oriental a ideia de pedimentação desenvolvida por ele para o continente africano. Para King o relevo se desenvolveria a partir de uma regressão erosiva paralela da encosta sobre uma superfície primariamente existente. O ângulo de inclinação desta encosta seria mantido a despeito do alastramento da superfície rebaixada a jusante [...] (CORRÊA et al, 2010).

Assim, o planalto da Borborema está em processo de aplanamento, ou seja, sucessivos eventos de intemperismo e erosão ao longo do tempo que propiciam o rebaixamento do relevo. Nesse processo verifica-se a produção de formas residuais isoladas, a partir da existência de rochas mais resistentes a esse processo, nesse caso, tais formas são chamadas de Inselbergs e estão presentes em variados locais da depressão sertaneja próxima ao planalto da Borborema, o que mostra o recuo das escapas do planalto, modelando o relevo do Planalto.

Os inselbergs indicam que a momentos anteriores, o relevo esteve presente a uma altura equivalente ao seu tamanho e possivelmente até maior, porém por ser formado de um material menos resistente ao intemperismo, o material foi deteriorado e levado pela força da erosão.
O recuo das escapas da Borborema, deixa restos residuais no relevo, sejam pequenos morros, serras ou inselbergs, modelando o relevo do planalto. Vale lembrar que esse e um processo lento, que ocorre a milhões de anos.



Quanto a formação inicial da Borborema, CORRÊA destaca sua gênese no soerguimento de rochas plutônicas com base em tectônica de pulsos verticais, como ele coloca ao escrever:

[...] Borborema vem passando por graduais transformações a partir das últimas décadas do século XX, com substituição dos modelos que propunham o escalonamento de superfícies erosivas aplainadas por processos oriundos da pedimentação, por uma visão que incorpora a tectônica de pulsos verticais, responsável pelo soerguimento do planalto, seguido pela elaboração das formas locais por ação da tectônica sobre blocos isolados, erosão diferencial e até aplainamento pedogeoquímico (CORRÊA et al, 2010).

Em tempos antigos, durante a separação da Pangeia, a área que hoje corresponde a Borborema estava situada em área de tectônica ativa, conforme as placas tectônicas foram movimentando-se ao longo do tempo, as atividades do soerguimento do planalto foram cessadas, restando apenas as atividades erosivas que aplanam o relevo. As áreas mais altas da Borborema, foram os locais com maior incidência da energia tectônica ocorrida.
Portanto, o Planalto da Borborema é resultado do movimento das placas tectônicas. Embora não exista uma explicação claramente satisfatória sobre o soerguimento desse planalto, as duas mais aceitas são: que durante a separação da Pangeia, uma falha entre a América do Sul e a África teria expelido magma na superfície terrestre que se resfriou transformando-se em rochas, logo, sucessivos processos de vulcanismo teria formado o planalto. Outra explicação é que durante o processo de separação da Pangeia formou-se um “aglomerado de materiais (rochas e magma)” abaixo da crosta terrestre, soerguendo o planalto. Atualmente, o Planalto da Borborema passa por um processo de aplanamento a partir da ação do intemperismo e da erosão



REFERÊNCIAS

GOMES, Marco Antonio Ferreira; FILIZOLA, Heloisa Ferreira; BOULET, René. Formação de voçorocas. Ageitec. Embrapa. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agricultura_e_meio_ambiente/arvore/CONTAG01_58_210200792814.html>. Acesso em: 03 set. 2013.

BRADY, Nyle C; Weil, Ray R. Elementos da natureza e propriedades dos solos. 3 ed. Porto Alegre: Bookman.

Por: Santos. Elaborado em: 03/09/2013. Publicado em: 19/08/2017. Atualizado em: 07/01/2018.
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