O território na Geografia

DEFINIÇÃO

Território é a porção espacial de relações de poder de um grupo ou indivíduo. Como por exemplo, o território da empresa Samsung é mais amplo que o da Coringa, pois a primeira estende suas relações de poder em diversas áreas do globo e a segunda permanece mais precisamente no Brasil.



O TERRITÓRIO

Atualmente o território possui vários objetivos, como por exemplo, o território citado anteriormente compreende a um objetivo de interesses das empresas exemplificadas, mas para a população de um país ou local na qual essas empresas possuem seu território de interesse, a mesma área pode ser território de trabalho para outro grupo.
Entre o território de influência da cultura em massa difundida pelas redes técnicas e o território cultural das pessoas que ao mesmo tempo é o lugar destas mesmas, existe um processo na qual as grandes empresas usam dessas redes para aumentar seu território de poder e influência sobre os lugares com culturas próprias. O resultado esperado por essas empresas é o sucesso deste processo com a destruição da cultura do lugar afetado, porém em alguns desses locais, se desenvolvem outro processo denominado resistência, que busca resistir as tendências da cultura em massa difundidas por essas empresas através das redes, como é o caso da resistência gaucha que luta para manter a sua cultura.



O objetivo das grandes empresas em fazer esse processo de difusão de cultura em massa para substituir culturas locais de vários lugares do mundo é a expansão territorial para obterem o lucro.



Portanto, a definição não está ligada com os recursos naturais ou características físicas de um determinado recorte espacial, mas sim a área dominada por um grupo ou indivíduo por meio de relação de poder. Em outras palavras território é a área que um grupo ou indivíduo possui poder, tendo o direito de ditar regras, explorar da melhor forma que ache satisfatória.



O TERRITÓRIO SEGUNDO MARCELO JOSÉ LOPES

O texto “o território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento” de Marcelo José Lopes de Souza inicia comentando um trecho do livro “A arte da Guerra”, na qual mostra que as antigas sociedades, antes mesmo de Jesus Cristo, já havia um profundo conhecimento sobre a relação entre vencer uma guerra e o conhecimento sobre um território inimigo.
Marcelo coloca que o território é fundamentalmente um espaço definido e delimitado por e a partir das relações de poder. Na definição de território, a questão primordial não são as características geoecológicas e os recursos naturais de certa área, o que se produz ou quem produz em um dado espaço, ou ainda, quais as relações afetivas entre os grupos sociais e seu espaço. Esses aspectos podem servir de incentivo para que um grupo “A” se interesse em tomar uma área habitada por um grupo “B”, porém, o território é o espaço de poder de um determinado grupo.
Muitas vezes, a ação de conquista de um território é realizada com o uso da violência, na qual um grupo busca invadir o território de outro grupo para tomá-lo. Desde as antigas civilizações, antes mesmo de Jesus Cristo, as guerras entre diferentes grupos pelo exercício de poder e posse de territórios já eram existentes.
Para Marcelo, o território surge na tradicional Geografia Política como um espaço concreto em si (com seus atributos naturais e socialmente construídos), que é apropriado e ocupado por um grupo. Nessa corrente, os territórios já não são considerados imutáveis, pois se sabia que as fronteiras entre territórios estão em constante alteração, na qual as relações entre territórios diferentes e o próprio exercício de poder realizado por cada grupo é responsável por tais mudanças.
O autor ainda coloca que a noção de território não se refere apenas as limitações oficiais do Estado, ou seja, não são apenas delimitações políticas. Os territórios também são delimitações ideológicas, geradas pela posse de poder de alguns grupos específicos, como o exemplo das áreas não oficiais delimitadas por criminosos, áreas delimitadas para prostituição, áreas tomadas por ambulantes e toda e qualquer relação de poder entre um grupo social e um recorte espacial.
Marcelo coloca ainda que embora essa visão não seja mais aceita, Raffestin considera o espaço em si como espaço natural, e o que é chamado de espaço social, como território, tratando-se do espaço praticamente ocupado pelo homem.
O território ainda pode mudar conforme a hora, como no caso de uma praça púbica de uma cidade, durante o dia é área de laser e passeio entre as pessoas, podendo ainda ser usada como área comercial de ambulantes, mas durante a noite, quando estes grupos se retiram daquela área, então, passa a ser a área de poder de grupos criminosos ou de prostituição.
Para Marcelo a ideia de território e desenvolvimento tem uma estrita ligação, no sentido que é no território ocupado que as sociedades podem extrair os recursos e condições necessárias para o seu desenvolvimento. Nesse mesmo sentido, a insuficiência de recursos em um determinado território para supri as necessidades de um determinado grupo requer a ação de luta pela conquista de novos territórios, ou pela exploração econômica de outros territórios.

TERRITÓRIO E TERRITORIALIDADE

De uma forma geral, o território é o recorte espacial sobre poder e domínio de uma determinada pessoa ou grupo social. O território é uma área que está constantemente sobe o poder e responsabilidade de um determinado grupo social ou individuo se distinguido da territorialidade, na qual os indivíduos e grupos sociais estabelecem relação de poder sobre uma área apenas sobre horários específicos, ou ainda, sobe limitações sociais de influencia do domínio territorial. Como exemplo, podemos colocar uma determinada praça pública, que embora seja parte do território de uma esfera governamental, como o poder municipal, sobre sua função de laser e circulação de pessoas, ao decorrer do dia pode ser ocupado por grupos sociais diferentes, que devem estabelecer relações de domínio diferentes. Se durante o dia é ocupada por ambulantes e pessoas que praticam o laser, durante a noite pode ser ocupada por traficantes de drogas e prostitutas, fato que implica em mudanças de comportamento, público e relações de domínio.

REFERÊNCIAS

SOUZA, Marcelo José Lopes de. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. In: CASTRO, Iná Elias de, GOMES, Paulo Cezar da Costa, CORRÊA, Roberto Lobato (Org). Geografia: Conceitos e Temas. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2006.

SANTOS, Milton. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Por: Santos. Elaborado em: 29‎/08/‎2012. Publicado em: 01/09/2017. Atualizado em: 07/09/2017.
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