Erosão vertical dos rios

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Para que ocorra a formação de um cânion é preciso que ocorra também uma intensa erosão fluvial vertical, esta erosão deve causar o abaixamento do fundo do rio e a formação de paredões ao redor desse rio, a esses paredões chamamos de cânion. Mas para que acha a formação do cânion, é necessário que o nível do rio também abaixe juntamente com o fundo do rio, para que esse processo seja possível o rio passa por um processo chamado de Ajuste.



O AJUSTE HÍDRICO

Um rio é um fluxo de água que leva o excedente da água do continente para o oceano. Os rios são extremamente importantes para a vida humana e dos demais animais dos continentes devido aos seguintes motivos:
1. O rio funciona como regulador da água infiltrada no solo. Se o solo está com um grande volume de água no rio que o solo deve depositar o seu excesso de água, evitando uma maior ocorrência de desmoronamentos de terra, enchentes por saturação do solo, processos de abertura de voçorocas, entre outros.
2. O rio funciona como saída de grandes volumes de escoamentos superficiais. Um rio é o ponto de saída de grandes volumes de enxurradas, evitando que a água do escoamento superficial da chuva cause enchentes e destruição em áreas mais baixas do relevo.
3. O rio abastece as nuvens em seu ciclo de chuva, ocasionando precipitação. Muitas das nuvens de chuvas formam-se nos oceanos, mas chegam aos continentes sem força para causarem chuvas, daí, a evaporação das águas dos rios juntamente com a transpiração dos vegetais e animais ocasionam a saturação dessas nuvens, ocasionando os eventos de chuvas na superfície do planeta, e em especial, nos continentes.
Quanto aos seus regimes de água, os rios podem ser classificados em dois tipos: temporários e perenes.
Rio temporário: é aquele que parte do ano possui um regime de água significativo, mas em outra parte do ano seca. Os rios temporários geralmente são abastecidos pela água do escoamento superficial local, ou seja, só existe água no rio na época de chuva, pois as águas dos rios dependem diretamente da água das chuvas que está escoando pela superfície da área de drenagem do rio, quando essa água acaba, o rio seca.
Rio Perene ou Permanente: é aquele que sempre possui água em seu leito independente da ocorrência de chuvas. Os rios perenes geralmente são abastecidos pela água subterrânea, que diferente da água do escoamento superficial, é bem mais duradoura. A água do escoamento superficial pode se movimentar de um local para o outro rapidamente, assim esta fonte de água é passageira e os rios temporários logo ficam sem água para abastecê-los. Porém, em rios perenes, a fonte de água que abastece o rio não consegue movimenta-se rapidamente na superfície do planeta, por conta do solo que serve como uma barreira, impedindo que esta água movimente-se rapidamente. Assim, a fonte de água do rio perene é bem mais duradoura que a do rio temporário, garantindo que esse tipo de rio – o perene – não fique seco em épocas de estiagem.
Os rios perenes apenas podem secar no caso de situações climáticas de estiagem extremas, com vários anos de estiagem em toda uma rede de drenagem, rede essas que costumam ter vastas imensidões de terras, como a exemplo do rio São Francisco, que possui uma rede de drenagem que atinge o Sudeste e o Nordeste do Brasil. Apesar da água do rio ser abastecida pela água subterrânea de todo o seu percurso, é na nascente do rio que está a principal fonte de abastecimento, influenciando diretamente na “vida” do rio, e este ainda pode ser intensificado em seu percurso pelos seus afluentes.
Quando o rio possui muita energia, ou seja, a água corre em direção a foz de forma rápida, geralmente esse rio tem um potencial de erosão maior, ou seja, o rio passa a retirar os sedimentos do solo ao seu redor e transporta esses sedimentos dentro de seu leito. Assim, os rios que nascem em relevos de alta altitude, surgem com muita energia (rapidez), causando tanta erosão ao seu redor, que o rio passa a aplanar esse relevo.
Quando um rio chega em áreas planas ele perde energia (rapidez) e os sedimentos levados por ele passam a ser depositados no fundo do rio, causando assoreamento, ou seja, o rio passa a ficar mais raso devido a formação de bancos de areia em seu interior.
Os rios retilíneos (mais retos) possuem mais energia que os rios meandrantes (cheios de curvas), assim os rios retilíneos possuem um potencial de erosão maior, e esta erosão pode ocorrer de duas formas: erosão horizontal e erosão vertical.
Erosão Horizontal: aquela que o rio remove os sedimentos das áreas costeiras do rio, causando a ampliação da área do leito do rio.
Erosão Vertical: aquela que o rio remove os sedimentos do seu fundo, causando o aprofundamento do rio.
Quando ocorre uma erosão vertical, podem ocorrer duas ações: na primeira ação o rio fica mais fundo, sem diminuir a altura do nível de água do rio, que geralmente ocorre em erosões verticais pouco intensas. Na segunda ação o rio fica mais fundo, porém o nível da água diminui conforme o fundo do rio abaixa, formando paredões ao redor do rio, esses paredões são chamados de cânion.
Se o rio perene é abastecido pela água subterrânea e o nível dela é o mesmo do rio, para que o nível de água do rio abaixe significa que o nível da água subterrânea tem que abaixar juntamente com o nível do rio. Assim, quando ocorre erosão vertical, o fundo do rio fica mais fundo, ou seja, o rio tem uma maior potencialidade de retirar a água do solo, fazendo com que o nível da água subterrânea do solo também abaixe, esse processo é chamado de ajuste e serve para que o rio possa regularizar a quantidade de água infiltrada dentro do solo.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, o rio consegue regular a quantidade de água no solo a parti da profundidade do seu leito, rios com o leito mais profundo conseguem retirar uma quantidade de água do solo maior, rios com leitos mais rasos, retiram uma quantidade de água menor. Assim, os rios ao ficarem mais profundos, automaticamente os níveis da água subterrânea abaixam.

REFERÊNCIAS

FREITAS, Cristiane. Geomorfologia dinâmica. Ebah. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAXLEAA/geomorfologia-dinamica>. Acesso em: 08 nov. 2013.

NEVES, Tiago Gonçalo Grade. Geodinâmica. Disponível em: <http://geodinamica.no.sapo.pt/html/pagesgex/rios2.htm>. Acesso em: 08 nov. 2013.

Por: Santos. Elaborado em: 08/11/2013. Publicado em: 28/08/2017. Atualizado em: 28/08/2017.
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Um comentário:

Unknown disse...

Mas que blog bem Tótil oh maninho
Xdd recomendo 11/4