CONSIDERAÇÕES INICIAIS |
Confira neste artigo como se formam os diversos padrões de circulação na atmosfera e as correntes de ar, confira também como se formam e evoluem os diversos tipos de ventos, furações, tornados, brisas e tempestades.
A FORMAÇÃO DOS VENTOS |
De uma forma geral, o vento é o ar em movimento. Geralmente o vento é formado pela variação da pressão atmosférica, podendo forma-se fraco e evoluir para formas mais fortes ou o contrario, esses são fatores que dependem das forças que atuam numa parcela de ar.
Em cada lugar, em cada instante a pressão atmosférica muda constantemente no planeta principalmente devido as mudanças de temperatura. Com as diferenças de pressão o ar desloca-se das áreas de maior para menor pressão atmosférica.
Pressão atmosférica é o peso que o ar exerce sobre uma determinada área em um determinado momento. A pressão atmosférica varia em ordem vertical, conforme a altitude e em ordem horizontal, conforme o lugar e o tempo na superfície terrestre.
Existem duas forças que atuam numa parcela de ar: a força inicial e a força secundária.
A força primária é a força que coloca o ar em movimento quanto esta em repouso na atmosfera ou influência em uma parcela de ar que já em movimento, por isso é a força de formação dos ventos. As principais forças primárias são gravidade, flutuação térmica e gradiente de pressão atmosférica. A gravidade influência inicialmente no deslocamento vertical do ar, que posteriormente interfere também no deslocamento horizontal. A flutuação térmica e o gradiente de pressão estão ligados com o deslocamento de ar por meio da diferencia de pressão.
A força secundária é a força que desloca ou influência, no sentido de diminuir ou aumentar a velocidade, em um movimento de ar que já esta acontecendo. As principais forças secundárias são atrito e força de Coriolis. O atrito reduz a força inicial de um deslocamento de ar, já que é uma força contraria ao deslocamento do ar, como por exemplo, uma montanha pode servir para diminuir um vento que segue em sua direção. A força de Coriolis é o efeito do movimento de rotação do planeta sobre os movimentos de ar, causando aceleração e principalmente deslocamento da direção inicial do movimento de ar, desviando os ventos para o oeste de seu referencial.
CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA GERAL |
A temperatura da superfície terrestre influencia na pressão atmosférica. De uma forma geral, a superfície mais aquecida terá uma pressão atmosférica mais baixa, devido ao calor dilatar o ar ao deixar as moléculas mais agitadas, enquanto a menos aquecida terá um pressão atmosférica mais alta devido ao frio concentra as moléculas de ar. Temperatura e pressão atmosférica são inversamente proporcionais, quanto maior a pressão, menor a temperatura e vice-versa. Se quanto maior o gradiente de pressão, maior a velocidade dos ventos, isso significa que quanto maior a diferencia de temperatura entre duas áreas próximas, maior o gradiente de pressão entre elas, como é no caso das áreas que estão na faixa entre os círculos polares e a zona temperada, mais precisamente na zona de convergência extra tropical, devido ao choque de temperatura o gradiente de pressão também é maior, sendo assim áreas de formação de furações e ventos violentos.
A circulação zonal existente na região tropical possui a característica de ser uma faixa de baixa pressão atmosférica, o ar converge em direção a faixa equatorial por ser mais quente que a faixa de 30º de latitude. Ao mesmo tempo o efeito de Coriolis sobre as proximidades do equador é maior que sobre as proximidades polares, devido ao fato da Terra girar mais rápido nas proximidades do equador do que nos pólos.
De uma forma geral o planeta possui três zonas de convergência de ar (onde se formam os ventos mais violentos, como tempestades, furações, tornados e ciclones de alto poder destrutivos) e quatro áreas de divergência: sendo duas zonas e as áreas polares (áreas de saída de ar, na qual prevalece condições climáticas secas).

A zona de convergência intertropical é uma faixa de ciclone propícia a chuvas e tempestades devido a ser a faixa de encontro entre os ventos dos paralelos 30º ao Norte e 30º ao Sul. A zona de convergência intertropical muda conforme as estações do ano devido a declividade do planeta em conseqüência ao eixo de inclinação, processo na qual durante o solstício de verão no Norte, a ZCIT situa-se mais ao norte do equador e no solstício de verão no Sul, a ZCIT situa-se mais ao sul do equador. A zona de convergência extratropical é uma faixa de ciclone propício a formação de furações e ventos destrutivos devido a ser em uma visão global, uma faixa de encontro de ventos quentes com ventos frios dos pólos.
Os ciclones extratropicais tentem a ser mais destrutivos que os tropicais devido a ter uma gradiente de pressão maior. Os ciclones intertropicais são formados a parti dos ventos alísios, ou seja, de ventos quentes da zona tropical, assim o gradiente de pressão é baixo, pois por estar em uma faixa tropical a influencia desse gradiente é mais do vapor de água do que a diferencia de temperatura, por isso os ciclones intertropicais tendem a ser mais chuvosos. Os ciclones extratropicais são formados a partir do encontro de ventos polares, que são extremante frios, com ventos da zona temperada, que são mais aquecidos. Assim, o gradiente de pressão é alto proporcionando a formação de ciclones destrutivos, como os furações e ventos destrutivos.
A FORÇA DE CORIOLIS |
Em geral, a força de Coriolis atua na parcela de ar desviando sua trajetória para direita no hemisfério norte e para esquerda no hemisfério sul. O movimento de rotação da Terra ocorre de oeste para leste, então a força de Coriolis desvia os ventos para o oeste de seu referencial, ou seja, para a direita no hemisfério Norte e esquerda no hemisfério Sul. Esse fato ocorre pois um vento inicial que parte de 30º de latitude rumo ao equador por exemplo, tem a sua trajetória desviada pelo movimento rotacional da Terra. O hemisfério Norte esta na direção oposta ao hemisfério Sul em relação a linha do equador, enquanto o equador esta ao Norte do hemisfério Sul, essa linha esta ao sul do hemisfério Norte, ou seja, se dividir o planeta em duas partes referentes aos hemisférios Norte e Sul e colocar ambas as partes uma ao lado da outra, veremos que a direção esquerda equivalente ao oeste na parte do hemisfério Sul será a mesma direção ma parte do hemisfério Norte, mas após juntar as partes as direções serão invertidas, conforme o efeito de desvio dos ventos na superfície terrestre.

BRISAS TERRESTRES E BRISAS MARINHAS |
Devido ao fato em que a água demora mais tempo para se resfriar que o continente, durante o dia, tanto o continente quanto o oceano recebem a mesma quantidade de calor solar, mas a noite, como o continente se resfria mais rápido, o ar sobre o continente fica mais frio que o ar sobre o oceano que demora mais tempo para se resfriar, fornecendo mais calor ao ar atmosférico.

AS MONÇÕES |
Monções são ventos que mudam de direção de acordo com as estações do ano na qual durante o inverno estes ventos seguem do continente (alta pressão) para o oceano (baixa pressão), prevalecendo períodos de seca e estiagem para o continente, estes ventos são chamados de monções de inverno. Já no verão estes ventos partem do oceano (alta pressão) para o continente (baixa pressão), levando chuvas e umidade para o continente, estes ventos são denominados de monções de verão. Esse fenômeno é comum em muitas regiões da zona tropical e influência no clima mundial, um exemplo famoso de lugar cujo clima é influenciado pelas moções é a Índia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS |
Portanto, a circulação atmosférica é resultado da variação de pressão atmosférica, na qual, quanto maior essa variação, maior e mais violento são as velocidades do vento, formando tornados, furações e tempestades, quanto menor essa variação, mais calmos são os ventos, como as brisas por exemplo. Vale lembra que os ventos circulam de forma horizontal, ou seja, de uma superfície a outra, e de forma vertical, ou seja, de cima para baixo (chamados de anticiclones) e vice-versa (chamados de ciclones), nessa ultima circulação, quando ocorre de cima para baixo (anticiclones) contribui para gerar estiagem e faltas de chuvas, quando ocorre de baixo para cima (ciclones) contribui para a formação de chuva e ventos mais rápidos, pois leva umidade para altitudes mais elevadas.
REFERÊNCIAS |
AYOADE, J. O. Introdução a climatologia para trópicos. 4. ed. Rio de Janeiro: Bertrannd Brasil, 1996.
BARRY, Roger G; CHORLEY, Richard J. Atmosfera, tempo e clima. Porto Alegre: Bookman, 2010. Atmosphere, weather and climate.
GRIMM, Alice Marlene. A atmosfera. UFPR. Disponível em: <http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap1/cap1-2.html>. Acesso em: 21 jul. 2012.
Por: Santos. Elaborado em: 21/07/2012. Publicado em: 30/08/2017. Atualizado em: 30/08/2017. Obrigado pela sua atenção, qualquer dúvida, falha ou sugestão, deixe seu comentário ou entre em contato conosco. |
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