Do Meio Natural ao Meio Técnico Científico Informacional

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Desde o inicio da história da humanidade a relação entre homem e natureza é interligada pela técnica como uma maneira encontrada pelo homem de superar as condições impostas pela natureza nas diversas atividades humanas. Da pré-história até os dias atuais, essas técnicas foram ficando cada vez mais complexas, e baseada nessa evolução, a história do meio geográfico pode ser dividida em três etapas: meio natural, meio técnico e meio técnico-científico-informacional.



MEIO NATURAL

Etapa compreendida antes da invenção das máquinas, ou seja, da técnica simples, que ocorreu da pré-história até a primeira revolução industrial.
Nessa etapa os objetos eram feitos pelo homem, ou seja, eram objetos culturais, nesse processo o homem extraia da natureza apenas aquilo que era essencial para sua sobrevivência, sem gerar grandes transformações.
Os sistemas técnicos eram formados por objetos culturais, que não tinham existência autônoma, eram limitados a utilidades específicas e diretamente dependentes da natureza, como no caso da agricultura que era dependente das condições de solo e aperfeiçoada por medidas técnicas.
O meio natural é chamado por alguns autores de etapa pré-técnica, porém o termo pré-técnica significa ausência de técnica e nessa etapa já havia técnicas bastante complexas, como por exemplo, a prática da domesticação de animais, pois o fato de não haver máquinas não significa que nessa etapa não existia a técnica.



MEIO TÉCNICO

Etapa do uso das máquinas, ou melhor, da técnica mais avançada, que ocorreu por volta da primeira revolução industrial até a segunda guerra mundial.
Nessa etapa os objetos são feitos por máquinas, ou seja, são objetos técnicos e culturais ao mesmo tempo, já os sistemas técnicos passam a ser formados por objetos técnicos.
O uso de máquinas era restrito a poucos países, e nesses, as grandes cidades também iniciaram os problemas ambientais de poluição e a preocupação em resolvê-los.

MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONAL

Etapa do uso de máquinas a partir da ciência e da informação, na qual iniciou após a segunda guerra mundial e está presente até os dias atuais.
A produção é realizada por máquinas a partir do conhecimento científico. Os objetos são produzidos por meio da união entre ciência, tecnologia e informação, ao mesmo tempo, esses três elementos não participam apenas da produção, mas também do funcionamento e até podem ser produzidos pelo objeto, como no exemplo do computador. Para produzir um novo computador mais avançado, a ciência aperfeiçoa informações de antigos computadores, executando experiências até chegar ao resultado satisfatório, as informações desse resultado são levadas as indústrias que fabricam o novo modelo. Para o funcionamento do computador é preciso de energia, mas para produzir energia é preciso de máquina, ou melhor, de técnica, no caso de uma rede elétrica, a energia é produzida pelo gerador e depois passa por um transformador, antes de chegar ao computador. Além da dependência tecnológica, o computador só funciona se nele conter um conjunto de informações que se manifestem na tela em forma de vídeos, imagens, músicas e textos, o que dependerá do desenvolvimento da ciência. O computador ainda pode produzir informações quando em operação, além de operar outras máquinas e ajudar no desenvolvimento da ciência, como no caso dos programas de cálculos de dados climáticos.
A ciência busca aperfeiçoar a tecnologia e os objetos existentes, gerando novas informações e novas condições de vida para a população, e para o uso de um objeto, valorizando a geração mais atual. Ainda no mesmo exemplo do computador, a cada mês um novo computador mais avançado é lançado e as empresas atualizam os aplicativos, sistemas e utilitários para os modelos mais novos de computadores, fazendo com que os mais antigos percam funcionalidade, ficando obsoletos.
A tecnologia, a ciência e a informação não acontecem mais apenas nas grandes cidades, mas também ocorre no meio rural que também é palco das inovações. Cada vez mais a natureza natural é substituída pela natureza artificial, como no caso das plantas transgênicas que estão substituindo as naturais.
Com o Meio Técnico-Científico-Informacional foi possível o desenvolvimento da globalização, o mundo está ligado por redes bastante complexas, as empresas influenciam em todo o globo e as informações circulam no planeta de forma instantânea. Assim, o mundo está tornando-se uma unidade, como no caso da Coca-Cola, sua matriz é nos Estados Unidos, mas essa empresa possui filiais em todo o mundo que estão subordinadas as regras e decisões tomadas na matriz, na qual só consegue manter a ordem de toda a empresa por meio da tecnologia e da informação, assim estabelecendo uma rede.
Apesar de pontuais (ocuparem apenas um ponto do espaço), a presença de objetos com as tecnologias atuais, marcam a totalidade do espaço, como um celular, os modelos mais avançados podem até mesmo transmitir informações em tempo real de acontecimentos imprevisíveis pelos seres humanos.
Quanto mais aumenta a importância dos capitais fixos e dos capitais constantes, aumenta também a necessidade de movimento, crescendo o número e a importância dos fluxos, a influência das redes e das relações.

CARACTERÍSTICA DO MEIO TÉCNICO CIENTÍFICO INFORMACIONAL

Imaginemos duas áreas de agricultura, uma com recursos científicos e outras com apenas recursos naturais. Apenas a área com recursos científicos pode prever o melhor para plantio por meio de imagens de satélites e conhecimentos meteorológicos, assim mesmo que ambas usem de recursos naturais de adubação e preparação do solo, a área com recursos científicos tem conhecimento do tempo justo para o plantio e a outra área não, podendo assim obter vários prejuízos econômicos. A partir do conhecimento científico e da informação é possível fazer uma seleção, privilegiando um grupo e excluindo o outro.
Com a globalização, surgi a ideia que as regiões estão deixando de existir, que o mundo está tornando-se um região única, essa ideia é um equivoco, pois as regiões são o suporte e a condição das relações globais que de outra forma não se realizariam.
A existência de várias regiões, ou seja, de várias áreas com características diferentes faz com que uma área dependa economicamente da outra, logo elas precisam relaciona-se entre si, como no caso dos Estados Unidos, se ele tivesse tudo que precisa para manter sua economia, não iria precisar manter relações de importação com outros países.
Com a globalização as regiões não deixaram de existir, apenas modificaram seu conteúdo.
Os novos subespaços não são igualmente capazes de rentabilizar uma produção. Cada combinação tem sua própria lógica e autoriza formas de ação específicas a agentes econômicos e sociais.
Os lugares se distinguiram pela diferente capacidade de oferecer rentabilidade aos investimentos. Essa rentabilidade é maior ou menor, em virtude das condições locais de ordem técnica (equipamentos, infra- estrutura, acessibilidade e organizacional leis locais, impostos, relações trabalhistas, tradição laboral).
Os lugares se especializam, em função de suas virtualidades naturais, de sua realidade técnica, de suas vantagens de ordem social. Isso responde á exigência de maior segurança e rentabilidade para capitais obrigados a uma competitividade sempre crescente.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o avanço da ciência, da tecnologia e da informação a condição de vida da população é modificada, resultando no aumento das exigências do mercado de trabalho, diminuição do tempo de descanso dos trabalhadores, dentre outros exemplos. O ser humano produz mais em pouco espaço e tempo, tanto no meio urbano, quanto no meio rural. Com esse mesmo avanço a especialização é um fenômeno constante, assim torna-se necessário o aumento do espaço de relações, a dependência da fluidez das redes e da flexibilidade dos regulamentos.

REFERÊNCIAS

DIAS, Leila Christina. Redes: emergência e organização. In: CORREA, Roberto Lobato; GOMES, Paulo César; CASTRO, Iná. Geografia: conceitos e temas. 7. ed. São Paulo: Bertrand Brasil, 2005. p. 141-159.

SANTOS, Milton. Natureza e Espaço. 4. ed. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 2008.

Por: Santos. Elaborado em: 30‎/08/‎2012. Publicado em: 29/08/2017. Atualizado em: 29/08/2017.
Obrigado pela sua atenção, qualquer dúvida, falha ou sugestão, deixe seu comentário ou entre em contato conosco.

6 comentários:

Livia Torres disse...

Muito bom, bem informativo e de fácil compreensão para os alunos. Se me permite, vou pedir para que meus alunos acessem esta postagem.

Santos disse...

Muito obrigado Livia pelo atenção e pela leitura! Para mim é uma grande honra ter essa publicação recomendada!

Dulce disse...

NOSSA ACHEI MARAVILHOSO,
GOSTARIA DE BAIXAR ESSE ASSUNTO EM PDF, VC NAO TERIA?

Santos disse...

Boa noite, Dulce! Muito obrigado pela atenção e pelo comentário! Se possível, envie uma mensagem para o e-mail cadernizando@outlook.com que eu consigo coverter e enviar o conteúdo em PDF.

raul disse...

boa noite pessoal, poderia me mandar esses texto em pdf,muito bom o texto.
raulzitovarela@hotmail.com, muito obrigado

raul disse...

Boa noite pessoal poderia mandar esse arquivo em pdf, vou utilizar em sala de aula muito bom